Série: Eu também, ENEM! - Pré-vest - Texto 2 - Dani Vasconcelos

Olá! Para você  que é vestibulando, como vai essa ansiedade para o ENEM? 
Então... pensando sobre  o quanto podemos ficar apreensivos conforme o Exame Nacional do Ensino Médio vai se aproximando da nossa realidade, criamos um quadro novo e temporário aqui chamado “Eu também, ENEM”, no qual são descritos relatos tanto de pessoas que  já estão no curso que querem, quanto o de pessoas que ainda estão nessa etapa de vestibular. Esperamos que essa pequena série de 6 textos possa ajudá-lxs de alguma forma.
Esse é o segundo texto da série e espero que seja proveitoso!
Esse texto conta com respostas da Dani Vasconcelos. Ela é coordenadora (maravilhosa) no cursinho pré-vestibular onde eu estudo e cursa medicina na Universidade Federal do  Ceará e aceitou contribuir com esse projeto. Vamos? 
Ah! Antes de começarmos, gostaria de lembrar que o primeiro texto também está disponível no blog, basta acessar esse link Eu também, ENEM!  - Pré-vest - Texto 1.
Para que o texto seja mais claro vou distribuí-lo no modelo “pergunta/resposta”, assim a fala da Dani  vai ser editada tão mínimo quanto o possível, certo?
  1. Quando você foi aprovada no curso que queria?
Passei em 2013. Era meu quarto ano de cursinho e eu estava bem cansada da rotina. Foquei em estudar redação, matemática e em resolver questões.
  1. Você  conseguia materiais  extras?
Sim. Pegava com colegas de outros  cursinhos. Gostava de comprar revistas de atualidades e de matérias do guia do estudante. Nessa época sempre saem os fascículos do (jornal) O Povo e do Diário do Nordeste e ainda tem correções pela rádio e eu gostava muito também.
  1. Quais as suas táticas de estudos?
Estudar todos os dias e abrir mão de saídas e muitas vezes até de lazer para conseguir estudar o máximo possível.
  1. Qual a sua relação com  a escrita de redação?
Eu sempre fui muito crítica e isso acabou me ajudando no modelo de texto dissertativo-argumentativo. Eu tinha muitas dificuldades com a primeira competência então foquei em ler sobre os meus principais erros que eram vírgula, crase e paralelismo e em refazer todas as minhas redações corrigindo os erros.
  1. Quais dificuldades  (além dos estudos em si) pode destacar desse período?
Eu  abri mão de  muitas coisas pelo sonho de cursar medicina.  Na época em que decidi que alcançar esse sonho era possível eu saí do emprego e encontrei formas de me manter financeiramente como vender natura,  avon, boticário e semelhantes e corri atrás de bolsa em colégios particulares.
  1. Qual o pensamento positivo mais recorrente na época?
”Vai dar certo porque não vou desistir”. Pensava que sempre era possível tentar outra vez.
  1.   Como se manteve motivada?
Focando em corrigir minhas deficiências, no sonho e buscando valorizar a oportunidade que nem todos tem como eu tive.
  1. Como escolheu o curso?
Minha grande inspiração foi meu primo-irmão. Ele tinha distrofia muscular progressiva e sempre foi uma pessoa cheia de luz. Vi todo o seu processo de vida e de morte e isso me fez querer cuidar das pessoas e me senti chamada a ser médica.
  1.   Foi incentivada pela  família?
Venho de uma família simples onde ninguém cursou o ensino superior e muito menos medicina. Creio que sempre tive nos meus mestres professores da escola pública a motivação para ser diferente no meio de tantas pessoas que acabavam no mesmo caminho e sem perspectivas. Minha mãe também, mesmo sendo uma mulher simples, ex empregada doméstica, sempre me disse que estudar seria a única forma de eu ter outras oportunidades além das que ela teve. Ser alguém que acolhe conselhos talvez tenha mudado todo o curso da minha história.
  1. Teve ansiedade ou distúrbios semelhantes nesse período?
Na época do pré-vestibular considero que tinha bem menos ansiedade que após entrar no curso de medicina. Na época do cursinho eu não tinha WhatsApp, Instagram e etc. Coisas que considero causarem muita ansiedade nos tempos atuais. Eu também busquei nunca focar em concorrência e superar apenas a mim nesse processo.
  1. Como está hoje?
Hoje eu estou no meu quinto ano de faculdade e vez ou tra tenho uma crise de ansiedade, as hoje já consigo identificar meus gatilhos e trabalhar eles.
  1.  O que mudaria?
Talvez ter entendido antes que meu tempo de aprendizado é diferente dos meus colegas e isso não é um problema e não contribuirá para eu não ser uma boa profissional na minha área.
  1. Pode dizer que valeu a  pena? Por quê?
Valeu a pena porque não ter desistido do meu sonho me fez ver que sou capaz de alcançar tudo que eu quero se eu me dedicar a isso.
  1. Algum comentário final para os vestibulandos?
Apenas dizer que a regra é nunca desistir e aprender que é possível se superar, sempre.

Com a  participação da  Dani no projeto eu refleti sobre muitas coisas e  quero falar algumas delas aqui. A primeira é que quando conhecemos alguém não conhecemos a história da pessoa logo  de cara. É precipitado e imprudente pensar diferente disso. A segunda é que a definição de sucesso é algo muito pessoal. Eu percebi como o curso de medicina realmente  foi um sonho para Dani como é para mim, mas que o sucesso consiste muito em não desistir do seu sonho (independente de qual seja ele) até alcançá-lo, e aqui o discurso da Dani foi fundamental para que  eu construísse essa definição. Outra coisa é: pode ter um monte de pessoas admiráveis ao seu redor sem que você perceba, até que decida se aprofundar um pouco mais. As vezes temos sorte de não precisarmos ir tão longe  para encontrar exemplos reais para os espelhar.
Para finalizar, espero  que o seu coração esteja tranquilo, na  medida do possível, nessa etapa. Desejo que  você se concentre um pouco na sua história e no conhecimento acumulado  que você está construindo e que isso te dê paz e fé em si.
No mais,  só agradecer a Dani por um depoimento tão estimulante e motivador, algo muito necessário nesse  mês que antecede o ENEM e parabeniza-la pela estudante, coordenadora e inspiração que ela é.
Até o próximo texto!


* Lembrando que, por ser uma série nova de  textos, agradeço qualquer sugestão e comentários!

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