Série: Eu também, ENEM! - Pré-vest- Texto 1 - Laura Motta

Olá! Para você  que é vestibulando, como vai essa ansiedade para o ENEM? 
Então... pensando sobre  o quanto podemos ficar apreensivos conforme o Exame Nacional do Ensino Médio vai se aproximando da nossa realidade, criamos um quadro novo e temporário aqui chamado “Eu também, ENEM”, no qual são descritos relatos tanto de pessoas que  já estão no curso que querem, quanto o de pessoas que ainda estão nessa etapa de vestibular. Esperamos que essa pequena série de 6 textos possa ajudá-lxs de alguma forma.
É importante lembrar que cada  um lida com a fase de vestibular da maneira que lhe é melhor. Se  houvesse uma receita de bolo para aprovação, provavelmente não seria  tão difícil para a maioria de nós passarmos no curso que quisermos. Vou tentar  trazer entrevistas/respostas de pessoas que tiveram vivências diferentes visando ajudar  o maior número de pessoas, que podem se ver nos casos aqui apresentados.

Vamos lá?
O primeiro relato é da estudante Laura Motta, 19 anos, e concluiu o ensino médio em 2017  e hoje faz um cursinho popular na Universidade Federal do Ceará.
Ela fez cursinho em 2017 e está fazendo esse ano novamente.
AQVS*.: Você já sabe qual curso quer fazer?
Laura: Eu acho que sei, mas ainda tenho algumas dúvidas. Nos anos anteriores eu tinha muitas dúvidas… Acabei saindo do ensino médio sem saber bem o que eu queria, mas uma  das possibilidades é Direito.
AQVS*: Durante esse tempo, você  teve que conciliar o estudo com mais alguma coisa? Como foi isso?
Laura: Eu trabalhei como jovem aprendiz como auxiliar administrativo e eu  tenho essa formação técnica. Eu consegui conciliar pois era meio período, e minha rotina era dividida em três partes, pela manhã o trabalho, pela tarde os estudos e pela noite  eu assistia as aulas do cursinho. Era cansativo, mas deu para conciliar tudo.
AQVS*: Além das apostilas do cursinho, você conseguia materiais extras?
Laura: Meus amigos de outros colégios  me davam muito material, além disso eu aproveitei o bazar que tem aqui (no cursinho), no qual a bibliotecaria disponibiliza todo tipo de material que ela julga poder ajudar os alunos no vestibular. Desde 2016 eu consigo materiais extras.
AQVS*: A internet tem te ajudado a conseguir materiais gratuitos? Esse ano eu tive acesso a quantidade imensa de material distribuído  gratuitamente por plataformas online.
Laura: Eu nunca gostei muito de estudar online, porque  eu acho muito ruim ler PDF ou e-pub, eu nunca me senti  muito confortável estudando online… Quando eu acessava plataformas online,  eu imprimia os materiais para poder estudar por eles. Mas eu também percebi como estão realmente investindo na  disponibilização desses materiais para os vestibulandxs e em como é crescente.
AQVS*: E quanto a táticas de estudo? Você tem uma tática específica ou dicas acerca disso?
Laura: Eu acredito que as táticas em si dependem da autopercepção, isso é,  varia do quanto você entende que já sabe. Por exemplo, em 2017 eu usava muito a apostila e assistia poucas video aulas. Hoje eu não leio tanto a apostila,  assisto muita video aula e resolvo muitas questões. Tanto exercícios quanto provas passadas do ENEM. Atualmente eu só vou na apostila quando realmente não sei o conteúdo, mas no geral acho que estudar por elas é muito demorado e  eu posso aproveitar o tempo da maneira que eu havia falado.
AQVS*: Laura, sobre a escrita de redação, como você  lida com ela? Quais dicas você sente que te ajudaram?
Laura: Eu era boa em  redação. Em 2017 eu consegui 900 pontos, mas ano passado, como saí do cursinho, minha nota foi muito baixa, então esse ano eu mudei um pouco a estratégia. Meu irmão foi parte importante do meu progresso  em redação… ele é muito bom e tem uma média geralmente maior que 900 no Ari (de Sá) e ele me ajudou muito a entender as competências. Mas com o tempo eu acabei percebendo que eu estava escrevendo da maneira dele, não da minha. Senti que tinha ficado estagnada, mas  quando eu percebi isso comecei a buscar outras estratégias. Eu passei buscar entender o que os corretores mais gostam de ver nas redações e eu perguntei exatamente isso aos corretores a quem eu tenho acesso. Se eu entendo o que os corretores esperam da minha redação eu  já posso ir direcionando o texto a isso.  
Eu também montei uma estrutura que funciona para quase todos os  tipos de redação e isso facilita muito. É claro que ainda estou aprimorando  ele para conseguir abranger todos os estilos de tema.
AQVS*: Então a sua dica não é apenas fazer redações?
Laura: Isso. Acho que o principal é conhecer a estrutura,  saber o que os corretores querem ver e atender os principais pontos exigidos  em cada competência para conseguir a pontuação máxima. Por exemplo na introdução referência histórico-cultural, uma tese de dois núcleos, o que você sabe sobre o tema , no D1 (desenvolvimento 1) também uma referência, vai exigir uma causa/consequência e na conclusão o detalhamento, a finalidade.  É importante contemplar todos esses pontos.
AQVS*: Como vestibulanda eu também estava com esse problema que  você teve de não conseguir evoluir na redação, comecei a tirar notas bem mais baixas do que  as que eu tirava normalmente, notas até menores do que as que eu tirava no início do ano. Eu acredito que essa queda na pontuação das minhas redações se deu muito  pelo cansaço mental. Nesse âmbito de cansaço mental, você teve muitos “pensamentos negativos”? Se sim, como você lidou com isso?
Laura: Falando especificamente da  redação, meu principal medo era decepcionar  o corretor, principalmente por eu já conhecer eles.  Esse fato me deixou bastante insegura. Mas eu percebi que se tem que manter a calma, sabe?  De fato, ninguém deve querer abarcar o mundo com as pernas, mas utilizar o corpo todo para conseguir fazer isso. É  preciso racionar que não é preciso tanta insegurança. Se a redação não der certo, não deu. É preciso ter calma para ver os seus  erros e buscar corrigi-los. Eu tive momentos horríveis, já chorei por uma vez ter tirado 640, a nota mais baixa da minha vida, quando faltava apenas 2 meses para o  ENEM. Mas hoje eu vejo como foi apenas um momento de estresse. É necessário ter autocontrole, paciência e racionalizar essa paciência. É preciso ter autoconfiança e perceber quando você não está conseguindo fazer redações, para poder utilizar sua energia em algo mais produtivo. É claro que é importante tentar fazer redações,  exercitar isso, mas é preciso estipular um tempo. Por exemplo, eu não quero passar duas horas tentando escrever uma redação, então se trata muito de respeito a si mesma, respeitar o que eu posso fazer.
AQVS*: Quanto  a motivação, o que  te mantém motivada?
Laura: A nota (rs). Eu falei no  curso de direito como uma das minhas opções, mas  é exatamente isso que ele é: uma opção. Eu quero poder tirar uma nota suficiente para ser aprovada nas opções  que eu filtrei como interessantes para mim. Eu tenho em mente uma nota que me deixe mais segura, mais relaxada para  escolher o curso. Antes eu me comparava bastante com o meu irmão, mas isso me deixava muito desmotivada. Hoje eu percebo que cada um tem  sua vivência e o seu tempo, então tento não ficar me comparanndo com ele ou com os colegas do cursinho. Além disso, eu sempre repito a mim mesma que o vestibular não é tudo, é uma parte da sua vida, mas é tudo.  Se você não passar não quer dizer que perdeu tempo. Eu frisso muito a questão de respeitar o seu tempo, mesmo estando a três anos no cursinho, CRISE (ela ri). Os estudos e a experiência vão se acumulando  e uma hora, caso você não desista, vai dar certo. Você só vai aprimorando as coisas que já sabe.
AQVS*: Quanto a  escolha de curso, sua família influenciou?
Laura: Eu tenho  uma tia que trabalha na área da educação e minha mãe sugeriu que eu seguisse o mesmo caminho. Mas só porque eu gosto de algo,  gosto de estudar arte, gosto de literatura, não quer dizer que eu precise trabalhar nisso. Eu me reconheci muito como uma pessoa  ligada a área ambiental, e isso me ajudou a seguir por esse caminho. Eu vi o que eu queria defender como causa de vida. Hoje eu sei que quero  fazer alguma coisa na área de uma forma que envolva o âmbito social e muita leitura. Eu sempre gostei muito de normas, de leis… na infância eu adorava ler dicionários e  gramáticas, então parece natural ter opções como direito ou políticas públicas, entre outros.
  AQVS*: Você teve ansiedade ou algum distúrbio nesse sentido relacionado ao vestibular?
Laura: Eu sempre aceitei muito quando as coisas não iam da maneira que eu queria,  mas nunca cheguei a ter transtornos diagnosticados ou algo assim. Apesar de eu ter conciliado os estudos com o trabalho, naquele período eu tinha crise de choro quase todo dia. Hoje eu consigo lidar melhor com as coisas e  não me sinto tão estressada como naquela época.
AQVS*: Como você  está hoje, com a proximidade do  ENEM?
Laura: Eu tenho estado bem. Como  eu falei, não deixo de aproveitar a vida por causa do vestibular e isso é muito bom para manter a calma.
AQVS*: Se você não fosse passar ano que vem, mas você vai, o  que mudaria?
Laura: Se eu não passar, vou procurar bolsa em cursinho particular  e continuar me dedicando aos estudos. É o meu sonho ir para o curso  superior. Mas eu já me preparei para essa possibilidade (de não passar). Vou continuar  estudando depois do ENEM, mesmo que de maneira mais leve até sair o resultado.  






Como dica final, Laura fala como  é importante se conhecer. “Saber quais são os seus pontos fracos e pontos fortes para poder trabalhar em  cima disso. Além disso, a questão de realmente se respeitar é fundamental. É importante se permitir e se conhecer. Eu vivo a minha vida e ocupo sim a minha cabeça com coisas além do vestibular e  eu acho isso muito importante, até para poder ter uma manutenção do seu sonho e se cuidar. Se conhecer, viver da maneira mais saudável. Assistir uma série, ir ao teatro, assistir uma série, ler  um livro… é muito saudável fazer coisas que vão ser positivas para si. As vezes tenho a chance de fazer isso, mas estou com preguiça. Eu faço mesmo assim (ri) porque eu sei que aquilo faz eu me sentir bem”
O que  mais me  chamou atenção no diálogo com  a Laura foi que ela não tentou se  adaptar aos cursos, como vejo muitos colegas   fazendo. Ela primeiro percebeu o que ela queria em  um curso e filtrou as opções a partir daí. O discurso dela sobre respeito e autoconhecimento também foi muito coerente e acho que foi a dica que mais me cativou.
Espero que você se sinta representado  com esse texto, e espero que ele tenha  te ajudado de alguma forma!
Como é um formato novo de texto, agradeceria opiniões e comentários que podem me ajudar a melhorar  a escrita.
Agradeço profundamente  a Laura por ter se disponibilizado  a participar do projeto e a fazê-lo com tanto empenho, paciência  e maturidade. Ícone real que deve ser enaltecido, SIM!

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