Crise de Estefane, potes.
Lembro de quando eu estava no ensino fundamental, talvez no 6º ou 7º ano e tinha acabado de “estourar” a maravilhosa música “Eu sou Es-teeee-faaaan-ne”/ No meu crossfox, eu vou sair…” e curiosamente sempre confundiam Jeniffer com Estefane OU Jéssica. Eu não gostei dessa música na época e os meus conhecidos de turma uniram o útil ao agradável e ficavam cantando essa música “para mim”, entendem?
Eu paro para pensar no quanto de coisa me irritava, sem que devesse, e comecei a refletir como ainda hoje deixo algumas coisas bobas me estressarem sem a menor necessidade ou relevância. Agora, pelas rádios da minha cidade, tem uma música tocando com o seguinte trecho “o nome dela é Jenifer/eu conheci ela no Tinder/ela não é minha namorada/mas bem que poderia ser” pelo o que pesquisei ela foi lançada em agosto/2018, mas só em dez/2018 que popularizou nas rádios daqui.
Fico pensando em como eu reagiria hoje caso isso fosse motivo de piada para alguém, não sei se meu antigo “Complexo de Estefane” acordaria de um longo período de repouso ou se ele sumiu completamente. Mas eu sei que eu diria para antiga versão de mim mesma que ela não precisava se deixar irritar por essa bobagem. A vida é tão grande e eu era tão mais jovem para esquentar a cabeça com esse tipo de coisa pequena e infantil.
Uma possibilidade também é que eu gostava da atenção que me davam por causa da música, e novamente posso dizer que aprendi uma lição com a minha antiga “eu” apenas agora. Eu também tenho imensos outros fatores que podem chamar a atenção de alguém e mesmo assim não preciso fazer isso. Hoje é mais simples lidar com a “atenção” ou a falta dela.
É maravilhoso se dar conta que a principal atenção que pode me entristecer por não receber, hoje, é a minha própria. A gente pode estar cercada de gente que nos ama, nos dá carinho e sempre nos estende a mão. Mas na realidade, nenhuma dessas pessoas, por mais incríveis que elas sejam, nenhuma delas vai compreender exatamente o que eu sinto e da forma que eu sinto. É interessante notar como em vários momentos da vida deixei, desleixei, achando que poderia tirar tudo o que eu precisasse das pessoas ao meu redor, quando na verdade, o “pote” de onde eu posso retirar alguma coisa, sou eu mesma. O que pode acontecer é me “deixar” um pouquinho no pote dos outros, mas é muita responsabilidade para colocar nas mãos de outras pessoas que não recebem sequer um aviso e então, depois de algum tempo de frustrações e decepções (cujo a única autora das decepções fui e sou eu, pelas decisões que tomei) acabado cobrando de uma terceira pessoa uma conta que era só minha.
Não estou falando que somos seres solitários e autossuficientes, que simplesmente “passam bem” mesmo sem receber a atenção de ninguém. Estou dizendo que a atenção que mais precisamos é a nossa mesma, e isso contribui positivamente em todos os tipos de relações que temos.
Atenção e relevância são duas coisas que, independente do momento em nossa vida, precisamos de considerar por um bom tempo e decidir se estão sendo depositadas nos “potes” corretos.
Espero que tenha gostado do texto e aproveitado alguma coisa dele até aqui. Obrigada por ter lido e até a próxima!
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