O cão dos Barskeville?
Olá leitoras e leitores!
Fica aí um texto sobre um dos livros que eu amei ter lido ultimamente. Acho que é um pouco conhecido... Envolve um detetive, um amigo médico, mistérios e surpresas. Espero que consiga aproveitar.
Sobre a história, O cão dos Barskeville foi melhor do que Um estudo em vermelho para mim, esses foram os dois contos do Sir Arthur Conan Doyle e curiosa para ler mais.
Gostei mais desse conto em relação a Um estudo em vermelho porque nesse teve um "vilão" que conseguiu surpreender Holmes. Dá para imaginar isso acontecendo?
Já assisti a série pela Netflix então por mais que tenham notáveis diferenças por causa do "tempo cronológico" do livro e do tempo da série (retratada em um ambiente bem mais natural), eu sei mais ou menos o que esperar do final do conto. Contudo, esse...
Não sei porque ele me conquistou desse jeito... Acho que pelo fato dos diálogos, inúmeros mistérios, inúmeros suspeitos. O fato é que esse livro é uma delícia e se você gosta de contos de suspense, mistérios ou só tem uma quedinha por Sherlock Holmes e ainda não o leu, deveria fazer isso o mais rápido que puder.
Ah, e não prometo segurar spoilers então esteja preparado.
Na história Sherlock acaba ficando de lado e seu amigo, Dr. Watson, toma o foco da cena e manda vários relatos para o detetive peculiar fazer sua própria análise.
Acho que a cena preferida é quando Watson e Sherlock estão correndo atrás de um suspeito e tcharan, ele some. Sherlock "paga" (alguns diriam que suborna) o motorista para saber o nome do passageiro que fugiu no carro com ele, e a resposta surpreende com um simples... Vou fazer melhor, vou transcrever a cena aqui
"(...) - Meu bom amigo, está é uma história muito séria, e você pode se ver numa posição bem difícil, se tentar esconder alguma coisa de mim. Você diz que seu detetive lhe contou que era um detetive?" pergunta Holmes, no que o cocheiro responde "- Sim." " - Quando foi que ele lhe disse isso?" indaga o detetive, "- Quando saiu do carro", responde o cocheiro. "- Ele lhe disse mais alguma coisa?" indaga novamente "- Mencionou o seu nome. Holmes me lançou um rápido olhar de triunfo. - Oh, ele mencionou o seu nome? Foi imprudente. Que nome ele lhe deu? - O seu nome - disse o cocheiro - era Sr. Sherlock Holmes. Nunca vi meu amigo mais surpreso do que com essa resposta do cocheiro. Por um instante ficou calado e perplexo. Depois explodiu numa gargalhada: - Um golpe, Watson... Um golpe inegável - disse ele - Sinto uma lâmina tão rápida e ágil quanto a minha. Ele me pegou muito bem desta vez. Então o seu nome era Sherlock Holmes? - Sim, senhor, esse era o nome do cavalheiro. - Excelente! Diga-me onde você o pegou e tudo o que ocorreu. (...)"
Vocês entendem essa cena? Sherlock ficou surpreso, eu diria chocado com a resposta do cocheiro. Perplexo. Até, com seu rápido raciocínio, perceber o que realmente estava acontecendo, que ele era feito de tolo por um vilão sagaz e perigoso.
O livro é todo feito de surpresas, desde o início aparece algum personagem novo que do nada torna-se um suspeito do crime que deu origem ao conto.
A mistura e mistério do real e místico ficam rondando a cabeça da leitora ou leitor o tempo todo. Será que estamos lidando com algo do mundo paranormal? Algo do além? É só um vilão realmente perspicaz ou é algo mundano que Sherlock vai conseguir resolver? Será que esse conto vai ser um dos únicos que Sherlock não conseguirá resolver?
É uma loucura. Mesmo com o episódio da série já na cabeça, é natural pensar que o livro possa ter um final não tão parecido com o da série. Não seria a primeira, nem a última vez que aconteceria.
Mas o final... Caramba. Sherlock Holmes e Dr. Watson. Acho que basta dizer isso para deixar claro o quão delicioso foi acompanhar essa história e o quão genioso e inteligente os personagens são... Mas o autor do livro... O homem escreveu essa história em (data de lançamento porque não sei ao certo quando ele de fato escreveu) 1902. Como ele teve tanta criatividade? O que ele não faria se estivesse vivo nós dias de hoje?
Eu super recomendo essa história. Basicamente cada herdeiro da fortuna e residência dos Barskeville recebe, junto com a fortuna e residência, uma sina horrível destinada praticamente a uma morte cruel por uma criatura demoníaca que vai seguir a qualquer pobre condenado que aceitar o título de Sr. da residência Barskeville.
Depois da receita de: algumas mortes+ mistérios+ personagens estranhamente compatíveis com as suspeitas de Sherlock+ grandes heranças+ identidades falsas e todo tipo de coisas surpreendentemente legais (fim da receita), as coisas finalmente são esclarecidas e tudo dá certo. Bem, mais ou menos. O vilão incrível acaba (sem qualquer prova real disso) morrendo antes de pagar pelos seus crimes.
Tudo é solucionado. Infelizmente o pobre cão morre, sem ter culpa da mente doente do seu criador.
É uma grande história, merece ser lida pela quantidade de gente possível que se agradar desse tipo de leitura.
Agora, a parte física do livro. É uma história a parte, talvez pareça bobagem, mas eu acho interessante contar: Eu ganhei esse livro de um Michael, devido a uma comemoração nossa. A primeira página, com o título e, como descobri depois, uma dedicatória, estava colada a capa.
Eu, curiosa que posso ser, vi que tinha a bendita dedicatória.
Lembro vagamente de ter observado isso antes e ter pensado que deixaria esse mistério, pelo máximo de tempo que conseguisse, sem resolução.
Bom, o dia do fim do mistério chegou... Quando eu li a dedicatória, acredite se quiser, tinha sido escrita por um Michael em 2004, devido a uma comemoração para um amigo. Interessante não é? Bom, para mim foi. Essas são as coisas incríveis que só acontecem se você compra um livro usado. Ou ganha um livro usado, no caso. É maravilhoso imaginar que tipo de história esse livro tem e que, não é apenas ele que está fazendo parte da sua história, mas você está fazendo parte da história dele também.
O engraçado é que tenho a sensação de que deveria achar estranho ter um livro que já pertenceu a outra pessoa, mas a estranheza nunca aparece, só a sensação boa, a curiosidade e a imaginação sendo dividida entre a história escrita no livro e a história do próprio livro…
Sou eternamente grata por ter recebido esse presente. Muito agradecida mesmo. Obrigada pelo presente incrível com histórias fantásticas (a história escrita e a do livro).
Agora, não sei se esse texto está se encerrando, mas estou cansada e tenho aula amanhã cedo, então ele está se encerrando para mim. Qualquer coisa, falo mais sobre ele depois, logo que o texto -se existir mais texto - quiser sua liberdade da minha cabeça.
Então, tecnicamente ele está se encerrando por aqui. Espero que tenha gostado e aproveitado alguma coisa dele.
Até o próximo!
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